sábado, 11 de maio de 2013

A minha mãe...

Inesperadamente.Repentinamente.
Delicadamente.
Silenciosamente.
Foi assim que a vida de minha mãe abreviou-se a despedida.


Uma eternidade abreviada de aprendizado sem ti. De tempo que não mais usamos para partilhar ao seu lado. De tempo que não tivemos a chance de te abraçar, te beijar, acariciar seus cabelos, de correr ao teu colo e se fazer menino para roubar-lhe um, dóis, ou três beijos. Agora não te temos mais aqui, em nosso meio.


E isso dói. Dói porque não aprendemos a viver sem ti. Não aprendemos a chorar sem seu consolo. Não aprendemos a andar sem que você nos indicasse a direção. Não aprendemos a sorrir sem partilhar nosso riso frouxo.


Não sei como dar conta dessa vida que não é só nossa, mas um tanto sua. Agora eu já não sei como chorar nem como sorrir. E não porque não tenhas nos ensinado, mas porque a sua fortaleza nos encorajava. Nos edificava e nos fazia melhores.


O meu melhor sem ti, se torna medíocre. 
A minha força sem ti, agora é pequenina. Meu olhar sem ti, agora é sem brilho, sem graça...


Porque minha mãe, rio de fortaleza, soube fluir bem na família e na comunidade. Soube alagar os passos pra driblar as dificuldades, soube renunciar para garantir nossa felicidade, soube ser humilde em todo sempre.


Sim. Minha mãe fora grande. 
Fora fiel nas grandes e nas pequenas coisas. Fora esposa companheira. Amiga incondicional. Ser humano especial. Cristã.


Soubera ser mãe como quem não sabe ser outra coisa tão divinamente. Amou mais do que pôde, que extravasou quaisquer limites, se e que eles existem.


E é por isso. Que neste dia. Parece não haver palavras dignas para tanto.


Foi um tanto rápido. Surpreendente. E eu que nunca pensei em viver sem ti, continuo sem pensar. Porque , na verdade, não quero ficar longe de ti mãe, acho que a vida ficaria mais dura do que ela é. É duro ter que aceitar, ter que despedir, ter que chorar e não te ver por aqui.


E esse aperto aqui dentro? Sem minha mãe pra acalmar?


E essa vontade de desistir, sem minha mãe pra me incentivar?


E esse lamento?


E essa loucura de querer chegar e te ver de longe na porta de casa, como um tímido sorriso e um abraço escancarado pra dizer que chegando em casa nada de ruim me atingiria. Que chegando em casa nos seus braços estaria seguro. Que chegando em casa os sonhos eram possíveis, a dor tranqüila e a vida mais feliz...


E nossos sonhos? E nossos planos? E nosso dia a dia? Como será?


Não. Eu não queria sentir essa dor de jeito nenhum. Mas talvez, por estarmos acostumados com você, ela se torne mais doída ainda, porque não nos acostumamos a chorar sem ter você do nosso lado para aparar nossas lágrimas.


Lembro que, levantara-se varias vezes na noite, ate um dia desses pra ver o sono de seuss filhos. Pra ver a quietude do sono de um menino, que mesmo aos vinte e poucos anos, acordara chorando, algumas vezes. Da mãe que não dormia antes que a sua filha distante te ligasse pra pedir a benção.


Lembro da mãe que sentava conosco pra jogar conversa fora. Da mãe amiga, que falava trabalho, de festas, de namoro...da mãe que na maioria das vezes, se tornava, tal como nós, a melhor amiga de minhas amigas.


E agora, já não seria preciso dizer mais nada, a não ser do amor que temos, e da fé, que embora fraca, nos ajudará a entender tudo isso.


A gente chora agora. Talvez amanhã também...e depois...e depois...Mas queremos contar com sua lembrança sempre, para que não nos sintamos sozinhos.


Sim, esta doendo. E essa dor é tão grande que já não tenho palavras pra expressar. Obrigado por tudo mãe e por amar nossas qualidades e defeitos, e por nunca desistir de nos fazer pessoas melhores.


Obrigado por tudo. Muito obrigado. Os ensinamentos serão pra sempre..


Eu sei que a senhora estará no céu e um dia iremos nos encontrar novamente, antes que nos aplauda como fazias para nos incentivar, fiquemos todos de pé, para aplaudi-la.


As lembranças estão vivas. E nunca vão morrer.


Te amo.

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