domingo, 14 de agosto de 2011

Pai


Certa noite, acordei  chorando. 
Ventava muito e a casa era me madeira.  Fazia um barulho muito forte, e senti medo.

Meus olhos o buscavam com muita ânsia de encontrá-lo. Quando mais que rapidamente, entrastes pela porta adentro; com a respiração bastante ofegante vindo em minha direção.
Recordo-me que te abracei e de olhos ainda fechados, não sabia o que te dizer; apenas te sentia bem próximo a mim. E minhas lágrimas cessaram com a tua presença.

Ainda me recordo das balas trazidas por ti, em suas viagens, da chegada, sempre acompanhada de um abraço; do suor em tua face e da alegria de retornares ao lar. E quando me olhavas com o ar sério para me chamar a atenção, terminavas querendo saber se tudo já estava bem.
Recordo-me também de uma única vez que te vi chorar... Foram lágrimas que hoje talvez., entenda o motivo: " amor "! E aí o tempo passou... passou... E tu continuas aí: me observando...

Só que hoje pai; hoje eu cresci... Não só no tamanho, mas na idade também... Os olhos ainda são pequenos, mas meus sonhos são maiores... E mesmo sabendo, que estás aí; quero hoje caminhar sem teus braços a me amparar...

Quero " tropeçar " e depois " continuar"... Quero " cair " e depois " levantar "... Quero " chorar " e depois " sorrir "... Quero " perder " e depois " ganhar "... Quero " não ser " e depois " ser "... Quero " correr o mundo " e voltar ao " ponto de partida "... Quero simplesmente " errar " para depois " acertar "... Quero " brigar " para depois " amar "... Quero " sentir frio " para depois sentir " calor "... Quero me " molhar" para depois me " secar "... Quero " olhar para você " e dizer não somente " pai "; mas poder dizer junto deste " pai ", um " pai e amigo "...

Eu cresci pai... Mas ainda te tenho tão próximo a mim, que tenho medo de que me vejas chorar e corra novamente ao meu encontro.
Que faças por mim o que sempre fizestes, sem me deixar "tropeçar; cair; chorar; perder; não ser; correr o mundo; errar; brigar; sentir frio; molhar; olhar para você " ...
Por isso pai; também depois de "grande", só me vistes chorar como você, uma única vez. E ainda, depois de ter passado a infância, a adolescência e a fase adulta que me encontro; talvez ainda tenha que esperar a velhice, para ter coragem de dizer que " te amo"...

E aí pai, estaremos ambos bem velhinhos e choraremos juntos; talvez lamentando o tempo que passou e que não tivemos coragem de nos dizer verbalmente que nos amávamos... Porque apenas demonstramos, através de atos (creio que eu, mais do que você), que nos amamos.
E sem tua fantasia de Super Homem, protetor de teus filhos; choraremos de emoção e nos abraçaremos dizendo : " Te amo " ! 
Obrigado meu Pai. E desculpe-me por me achar " grande " para não te preocupares mais comigo.

Parabéns pai!


 Dedico a todos os pais, que se fazem presentes na vida de seus filhos, e também aos filhos que não tem mais seu pai pra dar um abraço. 
Fiquem todos com Deus!

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