Trecho retirado do livro "Oque será do amanhã?", de Dulcinéia Silva, pág 45.
Estou lendo este livro, e nele a autora conta como foi sua vida na luta para tirar seu filho adolescente do mundo das drogas.
A medida que eu for lendo, publicarei mais techos interessantes dessa linda história de luta.
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Durante algum tempo fiquei sem vontade de nada, nem para escrever, nem para falar com Deus. Até que mais uma vez me fortifiquei, depois de passar dois dias inteiros na cama sem comer, sem falar,, sem querer saber de coisa alguma. Mas os meus pensamentos continuavam na minha mente. De repente parei pra pensar o quanto estava sendo egoísta.
O mundo está cada dia mais violento, acontecem catástrofes, guerras, famílias inteiras se destroem, e só choramos a nossa dor.
Aos outros nos mostramos solidários apenas dizendo algumas palavras.
Os acontecimentos, mesmo aqueles que acontecem dentro do meu lar passam. Oque não passa é a dor.
A dor da frustração, do orgulho ferido, e principalmente a dor da impotência. De ver o problema ali e não poder fazer nada. Não ter oque fazer, nem como fazer. Isso é muito triste."
Tenho pensado em tudo isso. Sempre converso com Deus, e a ele suplico misericórdia. Sinto um certo desconforto quando a minha mente me lembra que apesar de todas as minhas dores, e angústias, há centenas de pessoas no mundo que gostariam de ter a minha vida.
Porque as dificuldades delas são ainda maiores que as minhas. Agradeço a Deus por não estar pior, e não consigo pedir a Deus que ajude somente a mim. Que Ele em sua infinita sabedoria, que nós homens somos pequenos demais para entender, nos conceda a serenidade e a esperança para cada dia.
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